Um dos “esportes de inverno” mais procurados por brasileiros em Bariloche é o esquibunda, chamado de trineo pelos argentinos.
A ténica é muito parecida com o esquibunda nordestino. Há umá espécie de trenó de plástico onde você senta e desce deslizando montanha abaixo. A diferença é que o trecho de descida é sinuoso, exigindo que você faça curvas para continuar no caminho.
Foto: Arquivo pessoal
O esquibunda pode ser feito no Cerro Catedral ou em Piedras Blancas. Optamos por Piedras Blancas e acabamos fechando uma excursão com a empresa Dasec Viajes & Turismo, na utópica esperança de ser um bom negócio fazer uma excursão. Pagamos $200 pesos por pessoa, valor que incluía transporte em van, um trenó, a utilização das pistas e um passe para utilizar a aerosilla (teleférico) por seis vezes.
O problema é que no final o barato acabou saindo caro. A van parou em diversos hotéis para pegar todos os 14 passageiros. Demoramos quase uma hora para fazer um trajeto que, em geral, demoraríamos de 15 a 20 minutos. Chegamos lá por volta de 11:15, horário em que as pistas de esquibunda estavam lotadas! E o retorno da excursão estava previsto para 14:30, o que nos restou pouquíssimo tempo para aproveitar. Sequer conseguimos utilizar todo o passe de seis subidas-descidas.
Fazendo o passeio por conta própria, o valor não fica tão diferente do preço da excursão e tem a grande vantagem de você poder escolher a hora de ir e voltar. O preço da locação do trenó e da utilização das pistas com um passe de seis subidas-descidas (paquete trineo, temporada 2010) é de $150 pesos por pessoa. Um remis até Piedras Blancas custa, em média, uns $60 pesos (cada trecho), dependendo da distância e do trânsito.
No dia em que fomos, nevava demais. A paisagem estava completamente branca!
Não tivemos nenhum problema em subir o morro até Piedras Blancas de van. Porém, se for até lá de remis ou táxi, é bom verificar se o carro tem pneu próprio para a neve, para não correr o risco de ficar pelo caminho…
Fotos: Arquivo pessoal
Chegando ao parque, há um restaurante/cafeteria bem simples, além de uma lojinha que aluga equipamento de neve.
Fotos: Arquivo pessoal
Minha dica é chegar lá com todo o aparato necessário para esportes de neve: tênis/bota impermeável, meia térmica, calça impermeável, segunda pele, luva de neve, óculos para neve e gorro ou protetor de ouvido. Uma roupa inadequada pode estragar completamente o passeio! Não economize! Compre ou alugue itens de qualidade na cidade. Os preços da lojinha de Piedras Blancas são quase extorsivos.
Por um descuido, eu e minha amiga Tati, que me acompanhava no passeio, chegamos lá sem bota impermeável, luvas, óculos de neve e gorro. A solução foi alugar o material que faltava. Paguei absurdos $50 pesos pelo aluguel de óculos de neve, quando na cidade custavam cerca de $70 (para comprar). E olha os óculos alugados eram de péssima qualidade. Nem consegui usá-los, de tanto que embaçavam.
Até tentei descer sem as luvas de neve, usando uma simples luva de lã. Mas como é necessário encostar as mãos na neve para frear, minha mão congelou na primeira curva. Aí não tive escolha, era comprar uma luva ou desistir do passeio!
Equipamento pronto, é só pegar o trenó e seguir em direção das aerosillas que te levam até o alto do morro.
Fotos: Arquivo pessoal. Detalhe das aerosillas.
Chegando lá no alto há alguns fotógrafos esperando para tirar fotos em alguns cenários já montados. Escolhemos o cenário do boneco de neve.
Foto: Arquivo pessoal
Depois é só escolher uma das quatro pistas existentes para descer e se aventurar montanha abaixo. A única explicação que recebemos foi a de que não era aconselhável frear com os pés, para evitar qualquer lesão nos joelhos, devendo frear e fazer as curvas com o auxílio das mãos.
Reprodução. www.piedrasblancasbariloche.com/lugar.html
Na teoria, é super fácil. Mas na prática…
Não sei se foi azar ou imperícia, mas consegui fraturar o cóccix logo na primeira descida (e no primeiro dia em Bariloche). Nevava demais, não conseguia ver nada com os óculos embaçados e minhas mãos ainda tinham congelado por falta das luvas inadequadas. Para piorar, a pista tinha muitos morrinhos de neve e, em um deles, o trenó foi para um lado e eu fui para o outro. Caí bem de bunda no chão! Fiquei toda dolorida, mas não imaginei que o tombo tinha sido tão sério e continuei descendo no esquibunda. Aliás, felizmente, consegui esquiar todos os outros dias e isso não estragou a viagem… Mas, de volta ao Brasil, tive que tirar licença médica e fazer várias sessões de fisioterapia.
Sem querer assustar ninguém, os tombos são inevitáveis e a utilização de todo o equipamento de neve é mais do que essencial. Por via das dúvidas, leve gelol, pomadas de arnica, band-aid, enfim, uma farmacinha completa.